«Tempo de residência, tempo de resistência”
A residência artística é uma maneira de integrar seu corpo e seu tempo através de um lugar.
Trata-se de ser para si.
De vez em quando, tomar o tempo de atravessar, atravessar-se, ser atravessado.
O que é aquilo que se atravessa? espaço, tempo, memória?
A arte é o primeiro indício da morte e logo, da vida; um espaço visível, comum, correto.
A arte é um simples estado do corpo, ela é como cantar, chorar, rir, gritar…
é uma abertura corporal natural da qual cada um tem uma percepção própria, um caminho próprio, uma auto-diversão própria.
A obra está entre nós, entre aquilo que é e aquilo que imaginamos, o percurso vivo que a obra transporta é natural;
diante dessa natureza, estamos confrontados aos elos vitais...
algo semelhante à natureza que transmuta a vida e transforma lagarta em mariposa.
Criamos há milênios, desde nosso primeiro grito até nosso último suspiro.
Estou e sou em cada situação, em cada corpo, estou e sou no presente daquilo que percebo, não imagino nada.
“Estou e sou”.
Cathy Pollini