Lara Matos
Possui Graduação e Mestrado em Teatro da Universidade do Estado de Santa Catarina. Estuda questões de gênero e representação das mulheres no teatro e na dança. É atriz do grupo (Ex)periência subterrânea onde trabalha com André Carreira e Ana Fortes, seus últimos espetáculos são: Women’s e Guardachuva (ambos os espetáculos trabalham com a pesquisa sobre o risco físico em cena). È atriz convidada do espetáculo Mi Muñequita, de La Vaca produtora de arte. É membro do ÀQIS – Núcleo de pesquisa sobre processos de criação artística, da Universidade do Estado de Santa Catarina. Em 2010 foi contemplada pelo edital de Residências Artísticas da Fundação Nacional de Artes – Funarte – Ministério da Cultura do Governo Federal Brasileiro, projeto que desenvolveu na sede do Odin Teatret na Dinamarca, na Colômbia, e por cidades no sul do Brasil onde ministrou oficinas e manteve o blog http://atrizdogrupo.wordpress.com. Criou, interpretou e dirigiu os dois espetáculos "C" e C2", entre os anos de 2005 e 2007. Espetáculos de dança-teatro, inspirados no texto Carícias de Sergi Belbel, centrado nas relações em mãe e filha, e no envelhecimento das mulheres. Hoje atua como produtora do projeto "WERWOLF", do Bailarino Marcos Klann, contemplado pelo edital Klaus Vianna.
Projeto
Carlota morre no final – nome do projeto que nasceu da experiência em pesquisar as atrizes do grupo Odin Teatret na Dinamarca, e preocupa-se em pesquisar mulheres importantes por trás de grandes figuras masculinas como por exemplo, Eleanor Marx (filha de Karl Marx), Ruth Berlau (amiga e importante colaboradora de Bertolt Brecht) , Zelia Gattai (escritora brasileira, esposa do escritor Jorge Amado) e dar-lhes uma imagem, um corpo, ações, e uma voz atemporal, misturando vida pessoal e trabalho. Explorando o conceito de invisibilidade. Utilizando-se de textos destas mulheres e do texto Circo Negro, de Daniel Veronese como inspiração dramatúrgica, onde se desenrola a luta entre Carlota e seu manipulador. Corporalmente a pesquisa se desenrola sobre as manipulações corporais vividas por mulheres, desde as carícias e agrados até a violência doméstica, o corpo também é convidado a dialogar com o silêncio imposto pela voz imperativa do interlocutor masculino (o manipulador), e a luta final onde historicamente, Carlota morre. As limitações corporais que estimulam a criação estão ligadas às extensões corporais femininas e à rituais corporais, em relação à tentativa de apropriação de equivalentes masculinos.
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